Adoção: a maior das caridades

por Adri Alencar


Estávamos conversando certo dia na porta da loja, quando a Senhora disse, em tom de desprezo “aquela filha de criação foi quem herdou a casa”, referindo-se a uma família numerosa que cresceu em uma casa grande e bem localizada que foi transmitida, em testamento, para a menina adotada do casal. No interior ainda nos deparamos com esse preconceito, meio velado é verdade, mas lamentável.

Vários são os motivos que incentivam uma adoção: dificuldade em ter filhos naturalmente, morte dos pais biológicos (no caso de amigos ou conhecidos), desejo de família numerosa, desejo em ter um filho de sexo diferente dos seus ou apenas caridade (confesso que sou fã deste último). As crianças que encontramos em orfanatos são, geralmente, abandonadas pelos próprios pais, e tem poucas chances de crescer em um ambiente saudável e normal, recebendo carinho e sendo estimulada positivamente. Por mais que haja esforço dentro dessas instituições para que os pequenos não se sintam marginalizados, sabemos que isso acontece logo quando a deixam, ocasionando traumas que nem sempre podem ser superados.

A adoção é a maior das caridades porque é a promoção da vida; adotar significa tratar como filho alguém que jamais teria chance de ser manejado dessa forma, é dar não apenas conforto material, mas emocional . Quem adota assume a responsabilidade sobre um ser humano, e isso só pode ser comparado com o gerar uma criança, se é que não envolve ainda mais responsabilidade por estar manipulando algo que não é seu. Sabemos que os adotados por pessoas de bem muitas vezes as amam mais do que os filhos supostamente legítimos e que os “filhos do coração” acabam sendo uma benção para as pessoas que os acolheram. Existem exceções, é claro, mas a maioria das crianças recebe essa chance de braços abertos e esforça-se para retribuir a bondade que lhe foi feita.

Se você adotou uma criança, receba os meus mais sinceros parabéns por sua nobreza de espírito; se está pensando em adotar, revise os seus sentimentos pelo parceiro (além da possibilidade física) pois vocês criarão uma família daqui em diante, mas saiba que não ganhará apenas um filho, mas fará um grande e inesquecível bem à humanidade!

Um abraço,

Adri

12 comentários:

  1. Admiro quem têm a "coragem " de adotar....sim considero adoção não só um ato de amor mas de coragem tb!!!
    Coragem pra acolher quem necessita de amor,proteção,carinho,abrigo e aconchego!!!

    Abraços.

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  2. Que post mais lindo! Hj mesmo peguei um taxi e o motorista de uns 70 anos comentou que tem um filho de 5 anos, além de outros já grandes. O menino foi abandonado pela mãe com poucos meses e ele e a mulher acolheram-no, a princípio temporariamente, mas foram criando tanto vínculo que resolveram adotá-lo. Ele descrevendo toda a história, foi ao mesmo tempo revoltante (a parte do abandono) e emocionante. É realmente para quem, como vc bem descreveu, possui mta nobreza de espírito!
    bjs
    http://cegonhatrends.blogspot.com

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  3. Lindo texto!
    Quem adota merece sim os parabéns. Pelo grande amor que estão dispostos a dar e pela sensibilidade de criar com essa pessoa uma ligação que vai além do sangue...pois ligam-se com a alma!

    Beijos

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  4. Eu morro de vontade de adotar, uma vez uma costureira da fábrica quetrabalhava, queria dá a criança e eu já me oferecia para ficar. Mas ela desistiu depois.
    trendluxo.blogspot.com

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  5. Admiro muito quem já adotou ou está em processo de adoção, acho que a pessoa fica mais humana qd resolve adotar algm, independente de idade, e o que importa é o amor e a cumplicidade entre as partes, mesmo n sendo mesmo sangue, que eu sempre digo que tendo amor e cumplicidade, o sangue se torna o mesmo.
    Bjs

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  6. Ótimo texto, Adri!

    Conheço alguns casos de adoção próximos de mim e fico fascinada com as histórias. Dá para perceber que não tinha como aquelas crianças terem outros pais ou aqueles pais, outros filhos! Acredito que Papai do Céu sempre faz as pessoas se encontrarem, de uma maneira ou de outra.

    No mundo de hoje tem que ter muita coragem de adotar, sim, mais pelo preconceito que os filhos podem sofrer, mas, vamos combinar né, nada supera o amor entre pais e filhos!

    Beijos! =)

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  7. Falou e disse!!! Amei o post!!!

    Hj to azeda...

    bjo Jana

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  8. Tá bom...agora um relato de uma "adotada"! hahahahaha
    Então..fui deixada no hospital por minha mãe biologica e minha madrinha que sabia que meus pais por N motivos queriam adotar um bebe (e não tinham restrições a cor, idade e sexo) disse que um bebe lindo (eu..kkk) tinha sido deixado lá. E assim fui adotada pela minha familia.
    Primeiro...eu acho incrivel e digno de aplausos quem adota sem restrições...isso sim é bonito! Pq adotar um bb pré-escolhido é 40 vezes mais fácil. Segundoo....digo que fui adotada pela familia pq acho que um eh consequencia do outro...a familia em si tem que estar preparada..avós, tios, primos...tudo! Pq o preconceito velado existe SIM. Eu sou muito parecida fisicamente com meus pais e várias vezes quando em alguma conversa informal surge o assunto e eu digo que sou adotada percebo que o olhar de uma ou outra pessoa muda...me olham logo como a "coitadinha"...quando não sou! Sou sortuda pra caramba! E a questão do " filho de criação" é fato...aqui em Manaus ouvimos muito essa expressão e até hoje me revolto.
    Enfim...adoção é educação, é inteligência e pricipalmente evolução espiritual. Os que praticam da forma correta (registrando, dando educação e amor) são verdadeiros anjos divinos.
    Se eu fosse escrever tudo tudo ia demorar hooas então aqui já ta bom. hahahaha
    Amo o blog!

    Beijoca

    http://listrasepoas.blogspot.com

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  9. Adoro os testos da Adri. A adoção por caridade é um ato de amor muito digno.
    Beijos

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  10. Minha filha Gisele,foi adotada era recém nascida.
    Na época eu era solteira, me casei e meu marido aceitou muito bem, hoje ela está com 21 anos e nunca me perguntou sobre os pais biológico mesmo sabendo ser adotada. Dei um irmã ela que hoje está com 13 anos e somos muito felizes.

    beijos Luci

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  11. Adoro os textos da Adri. A adoção por caridade é um ato de amor muito digno.
    Beijos

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  12. Parabéns por abordar de maneira tão humana a questão da adoção.
    Muito bom também ler o depoimento da "adotada", principalmente quando ela expressa o sentimento que a expressão "filho de criação" desperta nas pessoas que foram adotadas.
    O que um filho adotado nós dá em matéria de sentimentos não é nada comparado a "casa" que essa "filha de criação" herdou. Certamente, a família que a recebeu e amou, herdou algo que somente aqueles que adotam tem o privilégio de saber.

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