O quanto nossos filhos se parecem conosco

por Adriana Alencar


Estive observando meu filho na casa de uns amigos esses dias. É impressionante o quanto ele se parece comigo nas atitudes: cumprimenta todos ao entrar e sair, diz obrigado a toda guloseima que recebe (e come com gosto), dá beijinho se alguém reclama de dor e se vê uma pessoa com a cara tristinha pergunta “você tá bem?”.

Leio vários blogs sobre maternidade e vejo a preocupação das mães em educar bem os filhos, discutindo escolas, métodos pedagógicos e escolha de babás. Toda essa preocupação é válida, mas voltando no tempo, quando nós fomos educadas e nada disso existia, como nos tornamos as pessoas que somos hoje? Observando nossos pais.

Minha mãe fazia questão de preparar a ceia de ano-novo com várias guloseimas, reunir a família e ter surpresas para nós. Como meus pais eram comerciantes e cansavam-se muito no Natal, era este o feriado o mais comemorado, e essa festa ficou para sempre na minha memória como um delicioso encontro familiar. Sempre que posso, passo o Ano Novo com meus pais e, agora morando longe, estou tentando recriar a tradição aqui em casa e, fazendo isso, vejo-me “copiando” o que a minha mãe utilizava: guardanapos decorados, champagnhe, saladas, mousses, presunto cozido, sobremesas especiais. Ela nunca me ensinou nada disso, mas a imagem da mesa ficou estampada em minha memória.

Do meu pai tenho outras lembranças: a de assistir o “noticiário” e ficar informado do que acontecia, de consertar tudo o que era quebrado e estragado em casa, de ajudar algum funcionário necessitado (várias vezes fomos nas casas para doar coisas). Hoje me vejo fazendo isso também: leio blogs, jornais na internet, conserto tudo o que posso em casa (ou faço o maridinho se encarregar disso) e doo a maior parte das coisas que não uso mais.

Citei esses exemplos para comprovar que é a nossa atitude o fator de maior influência na educação de nossos filhos. Eles serão a nossa cópia, inegavelmente. Poderão até rebelar-se um pouco na adolescência, ter conceitos diferentes sobre certos assuntos, mas a essência já está dentro deles, e se formou muito cedo. Portanto, ao invés de nos preocuparmos se a escola o estimula suficientemente, se a babá é educada ou se as companias estão sendo produtivas, acredito ser mais válido examinar o nosso comportamento. Somos ansiosos? Gritamos com o nosso parceiro? Demonstramos gentileza para com os semelhantes? Dizemos por favor, obrigado, tenha um bom dia, até logo? Conservamos o sorriso no rosto? Enfim, somos a pessoa agradável, honesta e de bom caráter que desejamos que nosso filho se torne? Se a resposta for não, talvez seja a hora de mudar o foco de trabalho dele para nós. Nada é mais decisivo na formação da personalidade do que o lar, então façamos o possível para que seja feliz e equilibrado e estaremos assegurando o mesmo para a formação emocional do nosso filho.

Um abraço

Adri

10 comentários:

  1. Amei o texto!
    E como é verdade...aqui em casa o Daniel tenta imitar tudo o que fazemos e tem apenas com 1 ano e 6m. E eu, herdei vários comportamentos dos meus pais também.
    beijinhos

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  2. Simplesmente perfeito seu texto.Parabéns!!!
    Bom fim de semana.
    http://blogencontrandoideias.blogspot.com/

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  3. Concordo com tudo!! Vejo pela Ana Beatriz que os pequenos aprendem tudo no olhar, no viver, no conviver! Tento passar tudo que aprendi com meus pais pra ela, por isso tenho receio de deixa-la com outras pessoas pra eu trabalhar, não sei o que a pessoa pode passar pra ela se vai ser bom ou ruim! E sei que, o que meus pais me passaram, foi bom pra mim!

    Bjks Adorei o texto!

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  4. Adorei que a visita e a indicação também....te espero sempre...grande beijo
    Ah, e a Sophia é a coisa mais linda.....beijos

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  5. Nossa, que texto lindo! E revela a mais pura verdade: a melhor forma de educar ainda é com o exemplo. Não podemos cobrar que os filhos se tornem algo que não somos, cobrar dele atitudes que ele não vivencia...é isso aí. Criança vê, criança faz.

    Adorei.

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  6. Ai que medo!!!!
    Minha mãe sempre dizia que não gostava de psicólogo porque a culpa era sempre da mãejjkjkjkj! Amei a matéria, bjs

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  7. Que delícia de post!
    Uma verdade escancarada.

    Sofia imita mamãe até no drama.

    Ontem disse: Óh meu Deus do céu, acabou o limão, como sobreviverei??

    Concordo com a Dani: Criança vê, criança faz!

    Bjoooo
    Bom finde!

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  8. Dri, amei seu texto, concordo em genero, número e grau. Educamos nossos filhos com exemplos, e o que tb acho imprescindivel é a religião, seja qual for, mas precisamos de Deus no coração. Ele nos deu o maior exemplo de todos, por isso a relgião é muito importante na educação, e em nosso dia a dia.

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  9. Gente...adorei,concordo pelnamente dri...nos preocupamos tanto com os estimulos externos que esquecemos do mais importante, o exemplo!

    Beijos e obbrigada pelo texto lindo....
    Amei a foto também

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  10. Ah! O exemplo dos pais... Estamos buscando tão longe, tão caro e o essencial está bem ao alcance de todos nós. Adorei o post Beijos
    htpp://ladodeforadocoracao.blogspot.com

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