Olá!
Sou Juliana, mãe da Sophia, nossa musa inspiradora. Este é meu post de estréia aqui no blog e vou escrever sobre alguns assuntos de mães e filhos, experiências, impressões, dicas e sobre as lições que a gente aprende constantemente com eles.
Hoje vou falar sobre mães...solteiras!
Isso mesmo! Vou falar sobre como é ser uma delas:
Sophia nasceu de uma relação que, desde cedo, não deu certo. Tentamos algumas (muitas vezes..) salvar a relação mas hoje vejo que nós três somos muito mais felizes assim. Ser mãe solteira tem lá seus prós e contras.
A parte mais difícil já começa com o rótulo: MÃE SOLTEIRA! É verdade que a sociedade evoluiu muito nas questões de diversidade, de se aceitar e conviver com as diferenças, de repudiar o preconceito, mas ainda hoje, ser mãe solteira é um tabu.
Muitas pessoas ainda não conseguem desvincular a expressão MÃE SOLTEIRA do sentido prejorativo e ser "mãe solteira" acaba sendo sinônimo de "mãe largada". E o mais interessante é que as pessoas que pensam assim nunca pararam pra pensar que a "mãe solteira" pode ser a "mãe que largou", e não o contrário. Algumas pessoas acabam "torcendo o nariz" para as mães solteiras e outras acabam tendo pena.
Eu engraviei com 26 anos, já possuia uma independência financeira, já havia deixado São Paulo e toda uma vida pra trás para me aventurar em Florianópolis, mas ainda estava terminando a faculdade. Tive um colega de sala, que toda vez que conversávamos sobre a gravidez e relacionamentos, me olhava com uma carinha de dó.. e eu nunca entendia aquilo. Apesar de não ter planejado uma gravidez fora de hora, eu estava muito feliz com aquele serzinho que crescia dentro de mim, e ele me olhava e quase chorava. Até que um dia, numa dessas conversas, comentei a minha idade e ele se assustou. Ele disse: "Meu Deus, pensei que você tivesse uns 20 anos!!! " (Também me assustei com aquela declaração, mas adorei o elogio!).
Existem aqueles que te olham com a criança em algum lugar e perguntam: "E o seu marido, não pôde vir?" E PORQUE MESMO EU TENHO NECESSARIAMENTE QUE TER UM MARIDOOO????
E ainda existe uma terceira classe de pessoas: aquelas que acham que, já que eu sou solteira, a Sophia não tem pai! Curiosamente, o pai da Sophia se encaixa nessa terceira classe... muitas vezes ele me disse que ele tentou ser pai e eu não deixei... oras, eu só não me casei com ele, mas nunca o impedi de exercer a paternidade!
A verdade é que eu nunca me deixei influenciar por essas pessoas e sempre convivi bem com o meu rótulo de MÃE SOLTEIRA, a não ser por um pequeno, aliás, um lindo e doce detalhe chamada Sophia. Sou muito feliz pelo fato dela nunca ter convivido na mesma casa com o pai, já que tivemos que nos separar. Então, ela não sofreu nenhum trauma devido a essa separação. Mas, em contrapartida, ela criou uma imagem digamos, incomum, de família.
Sophia sabe que, em regra, as crianças têm pai e mãe, assim como ela também tem, mas demorou um pouquinho para ela entender que os pais casados moram na mesma casa e dormem juntos. No verão passado, minha irmã veio com a família passar uma semana conosco em Floripa e na primeira noite em que ela viu que minha irmã e meu cunhado dormiriam juntos na mesma cama, ficou espantadíssima: "MAMÃE, A MÃE E O PAI DO GABRIEL VÃO DORMIR NA MESMA CAMA?"
Foi aí que eu percebi o primeiro impacto da minha solteirisse na vida dela. Foi quando eu descobri que para ela, toda criança morava junto com a mãe, a tia e a vovó. E mais: Sophia achava que todas as crianças tinham uma super-tia-jane em casa! Bom, pelo menos na escolinha dela, todas as amiguinhas queriam ter uma tia Jane. Tivemos uma longa conversa sobre os diversos tipos de família naquela noite...
É claro que existem milhares de mães solteiras espalhadas por aí e que cada uma delas têm uma perspectiva de vida e uma história diferentes. E não estou jamais recomendando ás futuras mamães a tal da "produção independente" porque, saibam as não-mamães e as mães casadas que, apesar de nós, mães solteiras, sermos pessoas comuns com sonhos, desejos, dores, como qualquer mulher, desempenhamos um árduo papel duplo na vida desses pequeninos, para que não chegue até eles os preconceitos e os problemas da falta da figura masculina dentro de casa. E para que, se chegar, que seja leve e que eles tirem de letra!
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